ONU preocupada com uso de armas mortíferas contra manifestantes no leste da RD Congo

27 Septembre 2017

KINSHASA,  RD Congo, 27 setembro (Infosplusgabon) - O representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas  na República Democrática do Congo e chefe da Missão das Nações Unidas na RD Congo (MONUSCO), Maman Sidikou, declarou-se "gravemente preocupado" com o uso de armas mortíferas contra manifestantes em Bukavu, capital da província de Kivu-Sul (leste).

Segunda-feira de manhã, no bairro Panzi de Bukavu, as forças de defesa e de segurança congolesas, para dispersarem manifestantes que protestavam contra a insegurança crescente e casos repetitivos de roubo à mão armada, dispararam matando vários civis, dos quais crianças, referiu um comunicado da MONUSCO, citando Sidikou.

"Enquanto estava a caminho da escola, uma menina de oito anos de idade foi atingido por uma bala perdida que lhe foi fatal", lamenta a MONUSCO.

Segundo relatórios credíveis recebidos pela MONUSCO, deplora-se perdas de vidas suplementares que são objeto de um inquérito por parte do gabinete conjunto das Nações Unidas para os direitos humanos.

"As forças de defesa e de segurança têm a obrigação de utilizar a força unicamente em último recurso, respeitando os princípios de necessidade, de proporcionalidade e de legalidade, em conformidade com as normas internacionais. A presumível violência perpetrada pelos manifestantes nunca devia ser uma desculpa para justificar o uso da força letal", indignou-seu Maman Sidikou.

Exortou as autoridades congolesas a certificarem-se de que o pessoal encarregue da aplicação da lei seja suficientemente equipado e formado para serem enviados a operações de controlo das multidões.

Exigiu das autoridades congolesas inquéritos rápidos, credíveis e independentes sobre este incidente, como meio, a seu ver, de impedir a perda de vidas civis durante as próximas manifestações.

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