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04 Décembre 2020
Nova Iorque, Estados Unidos, 4 dezembro (Infosplusgabon) - As Nações Unidas anunciaram quarta-feira a conclusão de um acordo com o Governo etíope, para permitir um “acesso sem obstáculos, duradouro e seguro” da ajuda humanitária às pessoas necessitadas nas zonas de Tigré, agora sob controlo.
Sobre os pormenores deste acordo, o porta-voz do Secretário-Geral, Stéphane Dujarric, disse que a passagem com segurança da ajuda e do pessoal se alarga igualmente às províncias etíopes de Amhara e Afar, vizinhas de Tigré, onde os combates entre as forças federais e provinciais afetaram, em novembro último, quase seis milhões de pessoas.
De acordo com um comunicado da ONU, até agora, nenhuma ajuda foi autorizada na zona de conflito, o que provocou a deslocação de vários milhares de pessoas, muitas das quais atravessaram a fronteira com o Sudão.
O porta-voz do Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) em Nairobi (Quénia), Saviano Abreu, declarou aos jornalistas que a primeira missão de avaliação das necessidades começou quarta-feira.
Ele acrecentou que a ONU está determinada a discutir “ com todas as partes em conflito” e velar por que a ajuda seja distribuída “com base estritamente nas necessidades”.
De acordo com Dujarric, toda a distribuição da ajuda será realizada “em conformidade com os príncipios de humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade”, fazendo com que as populações afetadas pelo conflito sejam assistidas sem distinção nenhuma, devido ao caráter urgente das suas necessidades.
Muitos Etíopes são igualmente deslocados internos provenientes de Tigré, e refugiaram-se em Amhara e Afar. A avaliação das necessidades pela ONU visa atingir os que estão afetados pelo conflito, acrescentou Dujarric.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) lançou segunda-feira um apelo às autoridades federais etíopes para aceder aos campos de refugiados eritreus de Tigré que albergam 96 mil pessoas e cujas reservas alimentares se teriam esgotadas.
O seu porta-voz em Genebra, Babar Baloch, disse que « as preocupações aumentam de hora a hora, fazendo da fome e da desnutrição um real perigo”.
As comunicações na província de Tigré permanecem cortadas, bem como as estradas, e o primeiro etíope, Abiy Ahmed, teria rejeitado qualquer diálogo com os líderes de Tigré em fuga, após a entrada, no último fim de semana, do Exército na capital provincial.
A ONU estima que quase dois milhões de pessoas precisam atualmente duma assistência humanitária em torno e na província de Tigré, e quase um milhão outras foram deslocadas pelos combates, das quais mais de 45 mil que fugiram para o Sudão.
FIN/INFOSPLUSGABON/ASQ/GABON2020
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